segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Ano novo, de novo.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade - Receita de Ano Novo


Longe de não doer, dói. Porém dói por causa da distância - por tanto, dói como antes, quando volta e meia estavas distante... Dói e vai passar eu sei. E já está passando. As linhas que aqui seguem são um registro, são apontamentos meus... meus momentos na caixinha do nada e na caixinha da bagunça, lembra?
Foi muito bom - em alguns momentos, maravilhoso. Mas foi. Eu sei. Se foi.
 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

"Jogar âncora!"

  Na vida tudo tem um preço, e cada ida tem sua volta. Não acho justo certas coisas, mas no fim das contas - e bem antes disso - aceito. De qualquer forma, não há outro jeito: o que sentimos não exige explicações, justificativas, embasamento bibliográfico ou artigos de referência. O que sentimos, na maioria das vezes, não norteia o que fazemos: desnorteia. Desorienta.
  Do dia para noite, sou tomado de uma saudade, daquela vontade de fazer surgir um diamante diante da força do abraço que o corpo deseja dar e receber. Diamante a ser lapidado entre beijos e carícias ao longo do dia - dia este que não se cogita a hipótese de ter fim. Ornamentar esse diamante com delicados detalhes em prata e ouro - versos e juras, de amor, de carinho, de proteção, de admiração e respeito. Vontade de presentear meu amor com tal mimo todos os dias...

... mas aceita-se esse presente? Não. É desejado? Cobiçado? Tampouco... soa como desdem? Não para tanto, mas tanto faz. Transbordo de sentimento, que sequer toca o solo do que me parece um deserto - e volta a natureza na forma de vapor, que condensa no céu e chove em meu rosto, nas lágrimas que não vês, pois o "saberes" delas só o teria, se ao teu solo chegassem meus sentimentos.
 Entretanto, é deste deserto que extraio os diamantes rudes com que me distráio - tentando dar-lhes uma forma, embora tosca, que possa ser apreciada por ti um dia.

Desabafo.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Segunda de segunda

Sabe carne de segunda? Aquela que se compra para o almoço da semana? Nada de especial. Almoço de rotina, segunda sem osso. Essa é esta segunda-feira: segunda de segunda, sem osso. Tem feriado na quinta feira e - grande coisa - é segunda-feira do mesmo jeito.
Descobri-me um hipócrita. Critíco quase tudo aquilo que acabo fazendo igual. Desagradam-me as atitudes dos outros que eu mesmo tenho. Condeno certos erros alheios - que os cometi/cometo com a mesma aparente indiferença com que os outros os cometeram.
 Estou chateado, sem saber ao certo com o que. Acordei de mal com o mundo, de cara comigo mesmo. De saco cheio de mim mesmo, do trânsito, etc, etc etc. Agradeço só por ainda ser apenas uma segunda sem osso.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Maldito veneno

Existe um veneno mortal, que alguns de nós carregam consigo. Eu o carrego. Um veneno capaz de provocar dor, surtos de depressão, uma vontade de rasgar o peito com as próprias mãos e tirar seja lá o que for que está lhe corroendo por dentro.

Este veneno não é nocivo em pequenas doses. Quase sempre, entre o veneno e o remédia, a diferença está na dosagem.

Uma espécie de bichinho pequenino, do tamanho duma pulga, que fica atrás de uma de nossas orelhas, carrega esse veneno. Todos estamos sujeitos a um dia carregar um desses bichinhos.
É quase como o mosquito da dengue: o mosquito está em vários lugares, mas nem todos estão contaminados. Neste caso, nem todos carregam o mesmo veneno.

Há, aliás, duas variedades bem conhecidas do tal veneno: uma, chamada de ciúme. Outra, de inveja.

Hoje, fui novamente picado pelo bichinho do ciúme... e esse bichinho segue ali, atrás da orelha. Espero, desejo, torço, rezo, para estar errado. Pois se eu estiver certo - e não estou - vai doer muito a próxima picada.

Deus queira que eu esteja errado. Detesto "ferroadas".

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Hmm... H. P. Lovecraft

Não, não ousarei discorrer sobre este autor. Apenas ouvi um podcast sobre e me interessei. Histórias de terror? Hmmm... ensaiei alguns passos, anos atrás, no tema. Ou melhor, ensaiei algumas muitas linhas sobre... num conto que virou um conto de muitas páginas, chamado "Besteria".
 É, diante de algumas críticas e mudanças na minha vida, aquele conto perdeu um pouco do sentido. Era uma daquelas coisas que eram escritas para expurgar alguns ímpetos - não, você que está lendo isso e leu aquilo, definitivamente não: eu não fiz, não presenciei nem penso em fazer aquilo!
 Hehehe. Curiosidade. Foi exatamente o que levou a personagem principal a embarcar naquela história não acabada!
 Puts! Livro... gostaria muito de escrever um. Mas, tempo de onde? Quis também criar um jogo - mal tenho tempo de jogar os jogos prontos.
 Não sei se lerei Lovecraft. Possivelmente não. Ainda não terminei de ler Crime e Castigo.

domingo, 8 de julho de 2012

Equilíbrio

Acredito ser a primeira vez em que penso de maneira séria que a busca por equilíbrio na minha vida passou a ser incondicional. Obter ou sucumbir. Neste último instante, derradeiro momento, fim do extremo: ou ter, ou não ter. Oito ou oitenta.
 Em retrospecto, cada fase da minha vida teve um foco exclusivo. Algumas fases curtas, outras mais duradouras, de meses à horas, o foco era um só: ou o namoro, ou o emprego, ou o Escotismo, ou a bicicleta, ou a música, ou a escrita, ou os hobbies.
 A vida parece começar enfim, a cobrar o preço disso. Preciso aprender os malabares do equilíbrio agora, pra ontem, para semana passada, para quatro semanas atrás. Aprender a dizer "não". Pensar antes de me dispor. Equilibrar a razão - financeira, matemática, cronológica, lógia - com a emoção - passageira, duradoura, forte, fraca, verdadeira ou falsa.
 Noutros momentos já expressei o achado desta encruzilhada: equilíbrio ou queda. Entretanto, é a primeira vez que chego nessa escolha de percurso com serenidade suficiente para levar a sério e agir com o acúmulo de maturidade - o juntar das migalhas ao longo do tempo que vai passando.
 Supor sobre o que escolher se eu tivesse escolha é um exercício desnecessário e repetido: o momento de escolha existe a todo o instante. E dizer "não" é uma escolha. Dizer "não" não significa desejar menos algo - é priorizar algo que se deseja mais. O "não" não descarta - a sinceridade dá o crédito - mas o "não cumprir satisfatoriamente com o sim" mina o crédito.
 Ainda analisando o prognóstico, de todos os focos - ou ao menos na maior parte do tempo - nenhum deles foi "eu". Podiam ser "minhas coisas", mas sempre por outras pessoas. O "meu tempo", não lembro de ter tido - quiça horas minhas.
 Escrever, por várias vezes foi um "escrever pra gringo ler". Embora outras tantas foi um "escrever por mim".

domingo, 20 de maio de 2012

Que dia foi aquele... ontem?

Escrevo hoje pelo dia de ontem - já agradeço por poder escrever sobre ontem, assim de cara. Pois vou escrever sobre ontem, o dia em que acordei para ir ao centro - pois moro no interior - para cortar o cabelo e depois passar numa loja e trocar um sapato. Ontem, depois de voltar do centro, eu ia lavar minha moto, que havia pego na autorizada na sexta-feira - esta suja já de semanas e merecia uma boa lavada.
 Ontem, depois de lavar a moto, ia pôr no papel a atividade de sábado nos escoteiros, para onde iria depois de almoçar. Voltaria dali duas horas e meia, tomaria um banho, faria a barba e teria talvez um momento de ócio. Ficaria brincando no celular, rabiscando coisas para a atividade de domingo, enfim... faria o tempo passar até mais tarde, quando me encontraria com um amigo para elaborar um dos jogos de domigo - também para os escoteiros.
 A namorada havia combinado com uma amiga para irem à pastelaria - pois eu estaria ocupado na noite de ontem. E, depois desse dia cheio, precisamente nesta hora, eu estaria deitado em minha cama, dormindo.
 Quis porém o dia de ontem tomar outro rumo - e porque não? - rumo este que resolveu mudar quando saí de moto para cortar o cabelo e trocar o sapado, no exato momento em que convergi em uma rotatória, no instante em que olhava para o lado de onde poderia vir algum carro - para certificar-me de que não vinha nenhum - segundo e meio depois, em que acelerei a moto e olhei para a frente, para onde eu ia - pegar a antiga RS122 e - neste momento - vi, saíndo do lado de onde nada poderia sair, um ciclista. Tentei e não consegui. Soube mais tarte que ele tentou e, também não conseguiu. Antes de cortar o cabelo e trocar o sapado, bati em um ciclista, me esborrachei com a moto, quebrei os dois alertas, entortei o estribo que havia posto novo na sexta, arrebentei o joelho - o mesmo joelho que arde agora e que vai dificultar as coisas hoje pela manhã quando eu acordar.
 E o ciclista? Tanto rezo quanto penso que agora deva estar bem. Machucou muito o ombro. Estava imobilizado na maca no último momento que o vi, quando troquei algumas palavras cordiais com ele, logo depois do que saí mancando do hospital. O que ele tinha planejado para seu sábado? Não sei. Só sei que a gente às vezes fala com o olhar perdido das pessoas que cruzam nossos caminhos durante a vida... puta que pariu! Não precisam cruzar de bicicleta na minha frente!!!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Sessão de descarrego

Vim aqui pra cuspir palavras tortas num post em branco. Despejar um pouco desse lodo que me sufoca, dizer algumas heresias, expurgar alguns demônios. O doente convencional, na dor grita. O doente literário, no furor é verborrágico.
Soa tanto como hemorrágico que presumo haver alguma semelhança, esses tair radicais, sufixos, prefixos, crucifixos do idioma, da linguagem, da semântica, da linguistica e do caralho a quatro que nos tirou a trema!
Saudosa trema, é do meu momento sem estribeiras que lhe rendo um poema:

Trema, persistes,
por teima minha.
Em poesia que componho,
 o acento, é eu que ponho:
Cinqüenta Pingüins!

Horrível, mas já de antemão avisei que não era para ser agradável. Já me disseram isso, a guisa de preâmbulo para uma ou outra conversa. Foram palavras sinceras, pois o que veio depois, de agradável nada teve.

Fizeram um bacanal com o hífen, que já nem sei onde enfiá-lo. Vou dormir, pois até aqui, até minha pacência já foi para o ralo.

terça-feira, 6 de março de 2012

Gelo gira, no copo que se esvai...

Duas pedras de gelo. E whisky 12 anos sobre.
O gelo gira, no copo que se esvai.
Num gole finda, e o sono já vem.

domingo, 4 de março de 2012

Misantropia?

Hum... misantropia, uma doença? Não acho... para mim, está mais como um estilo de vida. Da mesma forma que aqueles jargões do tipo "Coca-cola é um estilo de vida".

Domingo à noite, ouvindo You won't see me (Beatles, claro...), terminando de configurar o computador de um amigo... Sim!! Os tenho, evidentemente. Porém isto não me priva da minha misantropia habitual.

Como estou, sempre que possível, com os pensamentos viajando em mundos imaginários... criei um personagem que hei de usá-lo em algum conto ainda... Chamo-o, por ora, de Jophs.

Jophs possui um cachimbo mágico, no qual basta apenas colocar fumo no fornilho e sair pitando, sem precisar de fósforos ou pederneiras. O cachimbo cria o braseiro magicamente.
Jophs é um contador de histórias e está sempre acompanhado de seu cachimbo - do qual muitas das histórias se originam: da árvore da qual veio seu briar e das pessoas que trabalharam com a madeira dessa árvore. Como conta apenas histórias para as crianças da vila, estas não são capazes de desmontar os móveis todos e as portas e janelas construídas com a aquela única árvore, para comprovar o improvável.
 Certa vez, Jophs fora "visitado" por salteadores, que ameaçaram quebrar-lhe os ossos se não os dissesse onde estava sua arca com sua fortuna. O cachimbo de Jophs, revelando mais uma de suas magias, começou a expelir fumaça sem parar, logo encobrindo Jophs e os demais no salão. Era tanta fumaça que era impossível ver à volta, tampouco respirar no ambiente. Quando por fim a fumaça foi dissipando-se, Jophs não estava mais  no salão.
 E muitos viajantes chegavam àquela vila e, em meio as conversas de taberna, acabavam comentando sobre um certo ansião, dono de um cachimbo mágico, que contava histórias em uma longínqua vila, a qual nunca sabiam precisar e parecia sempre estar em direção oposta ao que relatara o último viajante.

Ufa... fazia tempo que não despejava um conto assim!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Tanto tempo, mesmo assim, muito menos

Tanto tempo, mesmo assim, muito menos do que eu gostaria. Às vezes - e quase sempre - a gente corre, foge, cego e sem rumo, e cansa há poucos passos do problema.
Corri até aqui. Pra dizer a verdade, parei de correr faz um tempo. E hoje em dia já retomei meu passo constante, minha caminhada apressada de sempre.
Sei lá, é tão estranho ler teu blog hoje e sentir aquele misto de saudade e tristeza, mas saber que aquela ferida já sarou, já descascou sem que lhe arrancasse distraído a casquinha...
 Não sei o que se fez dos ecos das minhas palavras - talvez orelhas tampadas? Ou bocas, por força, fechadas? Não sei e pouco importa agora. Estou de volta.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Remédio pra dormir

O remédio pra dormir já surte efeito. O corpo pesado, aos poucos reclama pelo repouso. Vontade seja feita, mesmo que imposta e artificial. O sono que me vem, vem bem. Uma segunda-feira a menos, meio mês também. Estas são palavras que apenas balbucio em meio a um bocejo. Boa noite...

domingo, 16 de outubro de 2011

Neste passo


Penso que não flerto,
mas meu passo é incerto.
Espero que meu gesto
expresse o apreço
que mereces.
Que complete o aceno
o sorriso sereno
que mantenho  quando
em ti eu penso.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Esse silêncio

Esse silêncio me mata. Antes fosse letal, ligeiro. Porém, não. Corrói pacientemente, pedaço por pedaço, esse silêncio que nem eco ao que faço faz. Já dei vários passos, quis ir em frente. Achei que seguia um vulto mas me vi andando a esmo atrás da minha própria sombra. E se eu gritasse? Se eu deixasse de lado o sutil "Como estás?" pelo "Tu podes, pelo amor de Deus, dizer-me que está tudo bem?"
 Lembro de quando tudo aconteceu. E não esqueço que senti cada minuto das palavras "solidão" que li. Já esqueço dos meus minutos para continuar sentido aquela solidão que não é a minha, me perguntando se um gesto mais brusco, mais persistente, não descobre uma inércia na qual submerges, cativa sem relutar, à misantropia de antes. Sei que esqueço da minha, pelo apreço que tenho a ti.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Feriado, de novo

Amanheceu bonito, com aquele sol promissor - assim, tal qual meu humor. Passou o meio dia, nublou, esfriou e aqui estou, entediado.
 Às vezes eu me pergunto se não estou sendo injusto ou mal agradecido com a vida. Bem ou mal, sobre certos aspectos, eu não posso reclamar. Porém, quem de nós já se sentiu plenamente satisfeito? Não penso que seja uma mania de reclamar... é aquela busca constante que nos põem em movimento - a busca incansável por uma situação melhor que a atual.
 Não tinha me dado conta disso, mas muitas vezes costumamos dizer: "sempre pode piorar". Entretanto, diante desse constante "sentimento insatisfeito", creio que somos intimamente otimistas: buscamos sempre melhorar a situação atual que nunca nos satisfaz por completo, por que "sempre pode melhorar".
 Desejo que isso impacte positivamente a outras pessoas além de mim - ao menos, vale a reflexão eu acho...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quinta furtada

Daí que me furtei esta noite de quinta. Além do delito, o egoísmo: furtei só para mim. Uma noite pra ir dormir cedo, uma noite pra tomar um banho e ficar à toa, um a noite, enfim, por mim. Muitos - como eu - cavam uma brechinha aqui, outra ali, pra dar uma adiantada em algo, ler algum texto ou livro, iniciar um trabalho ou outro da universidade ou, pra organizar a mochila, a bolsa, a mesa do computador, os e-mails, etc, etc, etc...
 Hoje eu "puxei o freio de mão e encostei". O "barulho motónoto do carro em linha reta" já estava me dando sono! Parei, nem que seja para "chutar umas pedrinhas no acostamento". Desliguei o "radar das analogias", essa noite eu vou extravasar um pouco. Vou dizer bem claro que estou com saudade de ti - e muita! - vou admitir que há vários trabalhos que estou deixando pra última hora e, fugindo da regra mais um pouco, não vou reclamar desse frio persistente: vou agradecer pela confortável noite que passarei sob vários cobertores, dormindo minha "noite de quinta furtada"! Mas não esquecerei de agradecer por ter uma cama, por ter um chuveiro com água quente, por ter comida e roupas, por ter uma casa e uma família, por ter amigos e, claro que sim!, por ter a ti, mesmo que seja apenas para pensar, com tanta saudade, que chega a doer!
 Uma ótima noite de quinta-feira para vocês!

domingo, 28 de agosto de 2011

Eu sou...

"(...)I am broadcasting on all AM frequencies. I will be (...) everyday at midday, when the sun is highest in the sky. If you are out there — if anyone is out there — I can provide food, I can provide shelter, I can provide security. If there's anybody out there — anybody — please, you are not alone."
I Am Legend

 Please, don't forget: you are not alone. I'm here, so far, but here. You know... 'cause baby, it's you.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Pulo rápido

Costumamos dizer: "darei um pulo rápido lá", ou algo assim, quando nossa visita será breve. Bem, a coisa por aqui tem sido assim, nas últimas semanas e não tem dado tempo de escrever algo neste "pulo rápido".
 Pensando sobre isso, acho que a vida passa em muitos "pulos rápidos". Minhas semanas têm sido assim. Porém não quero escrever mais sobre um assunto tão batido: o tempo que sempre corre hoje mais que ontem. Ah... dane-se! O importante não é o quanto se corre mas sim o quanto se cobre: a distância que fizemos ao fim do dia, em linha reta. A correria tem que nos levar a algum lugar, embora eu aceite e acredite - e até o faça às vezes - que não temos a obrigação de sempre corrermos com um destino certo.
 Penso nos projetos que mudam mês a mês e penso naqueles projetos que permanecem inalterados diante do tempo. Não descobri nenhum padrão - tenho tentado racionalizar menos as coisas - "desmatematicalizar" a vida. Viver não é uma ciência exata. As pessoas são muito mais do que algorítmos complexos em modo randômico.
 Apego-me às lembranças, muitas vezes num surto de saudade. Nem sempre aquilo de que recordo me faz necessariamente bem - mas me remete a bons momentos. No fim, fica aquele vazio, aquela saudade, aquela falta.
 Embora eu não seja especialista em idiomas - nem falo francês - a palavra "saudade", que nesta língua é "manque", pode ser traduzida como "falta" e acho que é muito precisa em seu significado.
 A correria do dia a dia restringe os momentos em que posso ou me permito sentir isso. E nessas horas eu luto contra a racionalidade, fugindo dos cálculos exatos e das probabilidades. Procuro não fazer análises combinatórias para encontrar as possibilidades do que pode ou não vir a acontecer. O futuro - quero crer que felizmente - nos será sempre uma incógnita. Ou, uma variável a ser isolada...

domingo, 14 de agosto de 2011

Eu preciso dizer

Eu sinto que o tempo
passa perto e passa rápido.
Disfarço mas não minto,
nem pra mim nem pra ninguém:
eu te espero, mas tem horas
em que me desespero.
Serei sincero, prometo,
se me pergutares um dia,
como pude ser fiel
em minha poesia.
Juro-te, por este céu:
o que prometo em linhas,
só não cumpro se a musa minha
desejar o inverso dos meus versos.
Saudade, saudade, saudade...
quando puderes, acabe!
Não prive meus olhos do teu sorriso,
só o risco disso já me deprime.
Sou teu, de corpo, alma e versos.
Despeço-me, caso leias,
com um beijo, que minha boca anseia.
Se eu soubesse teu desejo...
saibas apenas que sim, é a ti,
mil quilômetros daqui, a quem escrevo.

Outro domingo

Outro domingo chega e sei que logo verei que se foi. As semanas voltaram a correr da maneira que constatei que sendo diferente não me agrada: eu reclamo da correria mas não vivo sem ela. Já provei da calmaria e só o que consegui foi me deprimir. Senti-me pouco útil, preguiçoso. Agora corro e sinto-me cansado, exigido... e vivo!

 Tenho tido mais cuidado com minhas analogias e creio que cabe fazer uma neste momento: sinto o peso da rotina, tal qual uma mochila cargueira nas costas. À minha frente, um longo caminho e, lá adiante, bem distante talvez - pois a distância nos engana às vezes - vislumbro o horizonte que tanto almejo.

 A saudade já não faz mais parte da carga na mochila. Não, não a deixei pelo caminho. Pelo contrário, passou a ser uma companheira de caminhada: segue ao meu lado. A saudade me acompanha, porém sinto que não cansa. Saudade sempre.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Recorro aos versos

Essas palavras escritas,
são batidas na aldrava
da porta sem guarita,
que não comporta
- vão esforoço! -
a saudade aflita.
Ouço um pouco,
mas não ouso!
Diante do furor,
me resta apenas compor
estas linhas finitas
com todo meu amor.

"Quando busquei a letra daquela música, li algo tão nosso... e aquela imagem fixou tão nítida e real em minha mente, que esqueci da minha solidão e penso ter sentido a tua. Vi a ti contemplativa... e aquele rosto a meia luz que conheci naquela noite, tão jovial, lindo e próximo, voltou à memória, com uma tristeza que me angustiou."

domingo, 31 de julho de 2011

Hipóteses

As chances de eu pular de paraquedas não estão nem um pouquinho acima de zero. Embora situações análogas sejam constantes. Assim como "zero" são as chances de saltar, igualmente a chance de eu me esborrachar no chão também. Embora sensações análogas serem possíveis... e o medo disso também. Tanto de saltar, quanto de me esborrachar. Segunda-feira vem chegando e vou descendo, com a mão firme na cordinha...

Macro foco.

 Há muito que busco as palavras certas. Já fiz poemas, escrevi contos, desabafei em linhas escrevendo como vinha o pensamento. Ainda sou muito novo e talvez um dia eu consiga a alquimia das palavras certas. No momento, não sei o que o momento pede: poesia? Uma crônica? Um conto? Escrevo, escrevo, escrevo...
 Bom dia a todos. Tá um frio danado aqui no sul.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Os ventos mudam vez por outra...

Através da cortina verde-escuro do meu quarto, percebo que há sol la fora. E faz um lindo dia de inverno - sol, frio ameno, sem vento. O mesmo acontece dentro de mim, antagônico momento diante de ontem.
 "...se Deus quiser! Tudo, tudo, tudo vai dar pé...". 
Eu tenho fé. Onde quer que estejas, estou contigo, na constância do meu pensamento.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Tempo virando

Tempo feio lá fora,
chuva sem demora.
O vento assovia,
o céu turva-se.

Fazia sol há pouco,
agora forte ouço,
trovões e ventania.

Há razões, eu sei,
para esta agonia.
O vendaval na rua
está em sintonia.

O que se passa em mim,
descrevo com analogia
ao mesmo temporal,
porém sem fim.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Tanto para dizer

 Tenho tanto para dizer, que é difícil conter a ansiedade, o impulso de fazê-lo. Tem coisas que vou guardar comigo e, quem sabe um dia, poderei dizer, em tom de nostalgia, a saudade antiga à tona, tudo o que não pude, por não saber se era certo - o momento, o ato - de fazê-lo.

"A clave gravou na memória
e no peito sinto sem demora
a dor de ter a doce lembrança
da dança da luz sobre nós dois nus.
O teu alvo ombro de encontro
junt'ao meu corpo do qual o calor
ao teu soma-se e nos aquece.
Em tuas costas há uma marca,
que se destaca, tão delicada,
pela adequada sintonia
ao teu ser tão "notas e poesia".
O quanto quero, talvez o saiba,
ter teu tom, tua clave, teu rosto,
junto a mim, ao pé do ouvido,
cantando, sorrindo, feliz enfim."

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Brincando com o tempo

 Os blogs possuem uma ferramenta de postagem programada. Hoje estou em viagem à fronteira, logo, postei isto ontem. A funcionalidade dessa ferramenta me fez pensar.
 De certa forma, escrever para "publicar amanhã" é algo curioso. Pois escrevi ontem, 20 de julho, com certo humor, num determinado lugar, com um rol de sentimentos. Hoje, pra você que lê, estarei noutro lugar, noutro momento, com outros sentimentos. Se eu não voltar, mesmo assim, ali estará meu post.
 Acabo de escrever "ao futuro" e muitas vezes desejei escrever para o passado.
 Não sei em que lugar do Estado estarei quando isto for ao ar, mas posso assegurar: vou no sentido contrário ao desejo dos meus pensamentos. Uma ótima quinta-feira a todos - sexta-feira, volto a postar no presente.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Poesia pouca

Poesia pouca,
voz rouca,
a rima surda,
palavra curta,
esta turba,
de sentimentos,
desatentos,
em desalento,
sem tato,
sem tempo,
tampouco,
o esboço
do pleno louco,
sereno sentado
no topo do poço,
da borda a contemplar
a corda e o balde,
belos a balançar.

Dia do Amigo

 Sem crédito no celular, não consigo expressar o desejo de um feliz dia do amigo àquelas pessoas que tanto me ajudam, tanto torcem por mim e tanto me querem bem. Há pessoas distantes, a quem eu gostaria de dizer, num abraço bem apertado: "Feliz Dia do Amigo, pra você também".
 Aos meus amigos, saibam que meu pensamento está com vocês neste dia, de maneira especial. Não só pelo que fazem por mim, mas pelo fato de vocês serem pessoas incríveis, verdadeiros amigos, que merecem toda a felicidade que a vida vos reserva.

 Feliz Dia do Amigo, a todos vocês.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Finalmente, ajuda

 Não sei quais palavras serão as mais adequadas. Neste momento apenas obedeço ao impulso de escrever, diante desta vontade que, como sempre, surge não sei de onde, sem hora nem lugar, e só passa quando as linhas já se vão, formando frases nem sempre coesas.
 Finalmente, ajuda. Não relutei um momento sequer e já agora vejo o bem que isto me fez. Só o fato de ter desabafado, de ter exposto o que se passa, já foi um alívio. Segunda-feira que vem, o diagnóstico talvez.
 Algumas Linhas seguem em reforma. E eu também.

domingo, 17 de julho de 2011

Caminhos

 Sentado ao lado do fogão à lenha, não percebo que o fogo se estingue. Meus pensamentos estão perdidos, dispersos em diversas direções, sem um objetivo específico, embora muitos deles estejam bem decididos quanto ao seu rumo.
 Definitivamente, não é mais um momento de indecisão. Saber o que precisa ser feito e onde se quer chegar, por ora me é bem claro. Os meios para isso não são do todo o maior problema. A vida, nesta sua constante e por tantas vezes incompreensível dança, nos priva de algo, ou melhor, protela nossos sonhos, e noutra hora, nos fornece meios e oportunidades de irmos em busca deles.
 Penso ser esta a forma que a vida nos instiga a fazer por merecer. Há pouco, eu reclamava dos meus "sei lá". Agora eu posso dizer: lá, sei que quero chegar. Estou feliz por saber ao menos que a vida não me tirou por completo esta possibilidade, embora urge de movimento e foco.
 Desta vez eu parto mais forte, ou menos enfraquecido: é uma questão de contabilizar os carinhos diante dos arranhões. Os primeiros, guardo com o mesmo carinho. Os últimos, assopro, ergo-me, e vou-me.
 Daqui a um ano, verei onde a vida me levou. Não deixarei dúvidas: desejo muito que me leve para perto, muito perto, do que desejo.
 Aqui, sempre algumas linhas do que penso e sinto, do que vivo - do que eu sou - exposto aqui pelo gosto de escrever, por às vezes precisar desabafar, pra nunca desistir.

sábado, 16 de julho de 2011

Sobre sonhos

 A liberdade pertence àqueles que não acorrentam seus sonhos. O chance de sucesso está naqueles que instigam seus sonhos. A felicidade é plena, àqueles que não desistiram e vêem seus sonhos concretizados.

Algumas Linhas em reformas daqui pra frente.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Escolhas

Chegou o momento, eu acho, em que devo fazer uma escolha. E como novo princípio assumido de uns tempos para cá, só perco tempo com escolhas relevantes. E esta é uma dessas. Simples de explicar, nem tanto de se resolver: tenho que escolher entre me preocupar em curtir a época boa me preocupando ou não com a obviedade de que "isto também irá passar".
Olho para a janela com grades e através dela vejo uma nesga do céu cinza, desse dia nem quente nem frio, mas úmido, permeado por uma chuva reticente. Sei lá... e tenho dito tanto "sei lás" ultimamente. Às vezes penso que me cansarei no momento seguinte com essa repetição cansativa de "estado provisório" que minha vida assume. Quase tudo parece ser provisório. Por isso, sei lá... Sabe-se lá se quando lá eu chegar, saberei. Se agora viajo em devaneios sem sentido, isto até me conforta um pouco: nisto, não foi diferente até aqui.
 Tenho pensado em algumas revoluções. Porém, só o que consegui foram bons motivos para repensar as ações.  Ando sempre inconformado. Por isso, minha inconformação já está conformada consigo mesma.